A gravura vai muito bem obrigado e a Bahia não tem só belas praias, baianas e acarajé.
Nosso país, terra fertil de grandes artistas gravadores, a Bahia tem como ícone o nosso Hansen Bahia (1915/1978), assim como o mestre Duda, vivendo na cidade de Salvador mas muito pouco divulgado em outros estados.
Mestre Duda, que em outra postagem estarei falando, contribiu e muito ainda contribui com os artistas que por ele passaram pelos caminhos da gravura, como exemplo do nosso entrevistado de hoje, o gravador e professor da UFBA, Adriano Castro.
Adriano Castro ao lado de um Goya
GRAVURA, POR QUE GRAVURA?
Não creio que eu tenha escolhido a técnica, acredito que foi a técnica que me escolheu (risos)
QUEM FORAM SEUS MESTRES, ONDE ESTUDOU? CONTE SUA TRAJETÓRIA.
Comecei frequentando as oficinas de arte do MAM Bahia em 1992. Eram oficinas de pintura contemporânea e aquele foi meu primeiro contato com arte. Em 1995 entrei como aluno na EBA/UFBA e finalmente lá pude ter contato com a xilogravura, a gravura em metal, a serigrafia e a litografia.
Como o Brasil é um país que não dá o devido valor a técnica da gravura, e seus salões e bienais específicos nessa técnica não são regulares, desde 2005 participo ativamente de exposições internacionais de gravura em diversos países, Portugal, Espanha, França, México, Argentina, Venezuela, Romênia, Canadá, Bósnia, Japão, Bulgária, Malásia, Sérvia, etc.
Ano passado fui convidado para ser o curador/comissário da Bienal Internacional de Gravura de Alijó – Portugal, para o Brasil.
FALE UM POUCO DE SUA TÉCNICA
Em relação às técnicas por mim utilizadas, devo dizer que ainda não consegui me prender a uma técnica específica. Gosto de transitar por todoas as técnicas, até porque sou professor e isso me ajuda a não “esquecer” de nenhuma delas, pois estou sempre praticando e na universidade, a cada semestre ministro uma técnica diferente. O que posso afirmar é que tenho fases, como a fase da xilogravura, de gravura em metal, de serigrafia, linóleo, etc. Cada fase desta dura em média três anos e aí passo a fazer outra técnica. Nos últimos anos tenho produzido muita água-tinta e gravura urbana que tenho produzido em serigrafia de grandes formatos, colocando-as nas ruas, gerando um impacto visual nos transeuntes da cidade. A gravura urbana também pode ser produzida através do computador, onde trabalho sobre a imagem de uma de minhas monotipias, posteriormente imprimindo sobre papel de outdoor que uma durabilidade muito maior.
Quando produzo no computador, chamo-a Infogravura Urbana.
QUE PENSAS DA GRAVURA HOJE?
O futuro da gravura hoje em dia está sendo debatido em todo o mundo, agora mesmo na Bienal Internacional de Gravura de Alijó em Portugal, participei de um debate sobre os rumos da gravura em Portugal e no mundo e pelo que vi e tenho visto, atrevo-me a declarar que o futuro está sendo pensado em duas vertentes: a gravura não tóxica e a gravura experimental.
contato com o artista: adriano.deedee@gmail.com
Agumas obras do artista
Adriano em ação com sua gravura urbana
gravura em metal (água-tinta)
Adriano Castro (1968-)
Formado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, Mestre em Gravura Urbana pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Comissário/ Curador da Bienal Internacional de Gravura de Alijó/Portugal para o Brasil.
Tem participado em importantes bienais de gravura em diversos países como Bulgária, Romênia, Espanha, Malásia, Japão, França, Bósnia, etc, além de salões no Brasil dentre eles em 2004 no V Salão de Artes do Amapá; em 2001 no XXXIII Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba/SP, etc.
Já realizou inúmeras exposições individuais, destacando-se em 2012 na Universidad Menendez Pelayo) Valencia/Espanha e em 2007 no Sofitel Sauípe, Salvador, Bahia
Recebeu os seguintes prêmios: 2008 – Diálogos Estéticos da Fundação Cultural do Estado da Bahia; 2001 – XXXIII Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba – Prêmio Aquisição; 2000 – Levis a Cara do Brasil – Prêmio Júri Popular; 2000 – V Bienal do Recôncavo – Prêmio Aquisição; 1999 – XXVII Salão Regional de Arte da Bahia – Prêmio Oficial; 1999 – XXVI Salão Regional de Arte da Bahia – Menção Honrosa; etc.
Suas obras fazem partes dos acervos da Pinacoteca de Almonte/Espanha; Museu Hermitage /França; Museu de Arte Contemporânea de Goiânia; Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana; Museu Florean/Romênia; Museu de Arte de Sakima/Japão; Prefeitura Municipal Sarajevo, Bósnia; Escola de Belas Artes da UFBA ; Centro Cultural Casa de Los Arcos, Venezuela; Centro Cultural de Feira de Santana, Bahia; Centro Cultural Dannemman São Félix, Bahia; Coleção Gilberto Chateaubriand; Coleção Fabio Cimino São Paulo; Coleção Marilú Cunha Campos, São Paulo; Galeria Prova do Artista Salvador, Bahia; Galeria do EBEC Salvador, Bahia e Levis do Brasil São Paulo.
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